
Vejamos o rumoroso caso FAC.
O Governador Cássio, que já não consegue convencer os paraibanos da sua inocência, agora tenta sensibilizar os ministros do TSE, via chamada grande (sic) imprensa, que é quase santo nessa história toda da cassação do seu mandato.
À Revista Istoé (que o grupo do Governador já batizou de Quantoé, num passado bem recente), Cássio repetiu que está sendo vítima do maior erro jurídico do País.
Alega que não entregou um só cheque. Disse o óbvio ululante. Afinal de contas, os famosos chequinhos chegaram às mãos dos eleitores por outras vias – até a BR-230 (ainda não concluída desde o Governo Maranhão), serviu para a pavimentação de outros caminhos...
O mais gritante de tudo foi o Governador comparar os cheques da FAC com o Programa Bolsa Família. Nada a ver. E os ministros do TSE sabem muito bem disso.
O ‘Bolsa Família’ tem critérios. Atende famílias que possuem filhos na escola, acompanhados pelo Programa Fome Zero que verifica a frequência escolar. E tem mais, as crianças devem que estar com o cartão de vacina em dia e são acompanhados ainda nas Unidades de Saúde. Há um abismo muito grande entre os dois programas.
Já o Programa da FAC ganhou mais musculatura no ano eleitoral. Todos viram o Governador atendendo em barracas de lona no Programa Ciranda de Serviços. Mimos eram oferecidos à luz do dia. Uma beleza de atendimento e com a presença do Chefe Maior...
O VICE DE NOVO - À Istoé, o Governador repete aquela ladainha que o Vice-governador José Lacerda não teria sido ouvido no processo que resultou na sua cassação pelo TRE da Paraíba. Em maio deste ano, a Procuradoria Geral Eleitoral opinou pelo indeferimento de pedidos formulados pelo governador Cássio Cunha Lima (PSDB), o Democratas e o vice-governador José Lacerda Neto, que visavam extinguir ou no mínimo retardar o julgamento do processo do Caso Fac no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No caso específico do vice, o vice-procurador geral eleitoral Francisco Xavier Pinheiro Filho relatou o seguinte: “Também não tem como ser acolhido o pedido formulado pelo próprio José Lacerda Neto. Na qualidade de vice-governador, passou a compor a relação processual por sua própria iniciativa. Requereu seu ingresso no feito como litisconsorte passivo facultativo ou assistente litisconsorcial. Ao examinar o pedido, o Relator, em um primeiro momento, indeferiu. Mas depois reconsiderou sua decisão em 25/05/2007 (fi. 1693), admitindo sua participação no pólo passivo da ação, na condição de assistente. Uma vez admitido na lide como assistente, José Lacerda Neto passou a praticar no processo todos os atos, apresentado provas e interpondo recursos, e em nenhum momento se insurgiu contra a decisão de fi. 1693, que transitou livremente em julgado. A pretensão de participar da lide como litisconsorte necessário somente agora está sendo colocada. É evidente que a questão está acobertada pelo manto da preclusão”.
Ao final da entrevista desesperada à revista, Cássio dá a mão à palmatória e diz que só foi cassado porque perdeu na mídia e que não teve a capacidade de trazer à luz a verdade. O Governador só quer ser Fernando Collor, que também culpou a imprensa por seu impeachment.
Os argumentos do Governador em relação aos processos que enfrenta na Justiça Eleitoral são definitivamente pífios. Dizer que o Ministério Público Eleitoral ofereceu um parecer em 17 minutos, é mesmo um absurdo. Uma afronta à inteligência do povo e um desrespeito à Justiça desse País. Como tenho dito insistentemente, o velho tempo resolve tudo. E como resolve...