segunda-feira, 30 de junho de 2008

2004 e 2008 - A dinâmica da política

Foi dada a largada para o pleito 2008 definitivamente a partir das convenções de domingo passado. Em Campina Grande, Veneziano estará mais uma vez ao lado de José Luiz Júnior tentando a reeleição. Do outro lado, Rômulo Gouveia novamente, mas com uma vice diferente. Desta vez, a médica Lígia Feliciano, esposa do deputado federal Damião Feliciano.


Há quem diga que o vice não soma lá muita coisa e que os eleitores votam mesmo é na chamada cabeça de chapa. Irão disputar o cargo de prefeito Veneziano e Rômulo Gouveia e somente só. Vice, dizem, é um cargo secundário.

Em verdade, a disputa vai ser mesmo entre o Cabeludo e o Gordo. Mas há outros ingredientes nessa "briga" que é preciso uma análise mais longa e que merece reflexão. Campina Grande polariza todas as atenções da política paraibana e vai continuar sendo o centro das atenções no pleito vindouro.

Da mesma forma como aconteceu em 2004, será a disputa do grupo de Veneziano contra o grupo do Governador Cássio Cunha Lima. Naquele ano, Veneziano era apenas um vereador, com parcos recursos, tendo ao seu lado uns três ou quatro partidos, além de um irmão que tem sido um gigante - Vital Filho, Vitalzinho como queiram.

Naquele mesmo 2004, Cássio não tinha tantos problemas com a Justiça; governava, digamos assim, com mais tranqüilidade. Tinha a faca e o queijo na mão. A vitória de Rômulo era dada como certa. As bolsas de apostas diziam que a diferença em cima de Veneziano seria de 20 mil votos.

Os jornais (pelo menos dois da cidade) já estavam com suas edições prontas, com a foto de Rômulo Gouveia prefeito de Campina Grande. Até comerciais já haviam sido vendidos por esses jornais para diversos empresários da cidade e entidades classistas saudando o Gordo prefeito.
Mas o cabeludo, de forma heróica, sagrou-se vitorioso, com pouco mais de 700 votos de diferença é verdade, mas venceu.

O quadro hoje é bem diferente daquele 2004. O Governador do Estado é o mesmo: Cássio Cunha Lima, só que mais desgastado do que nunca, cassado duas vezes pelo Tribunal Regional Eleitoral pelo uso eleitoreiro de cheques da FAC e do jornal A União e pendurado por duas liminares. Rômulo, obviamente, está da mesma forma desgastado e as pesquisas comprovam isso: o Gordo e a doutora Lígia são os que apresentam maior índice de rejeição.

Quanto a Veneziano, o desgaste passa pelas denúncias feitas pelo presidente da Assembléia Legislativa, mas que não foram bem digeridas pela sociedade. Afinal de contas, o presidente da Assembléia é primo do Governador Cássio e tem todo interesse do mundo em prejudicar o prefeito Veneziano.

Na corrida sucessória, Veneziano tem larga vantagem. Tem aprovação popular de mais de 80 por cento, tem um rosário de obras espalhadas pela cidade e ações administrativas que têm provocado a ira dos seus opositores. Afinal de contas, não esperavam que Veneziano, sem apoio do Governo do Estado, pudesse chegar tão longe.

É apenas o começo de uma jornada que vai ser marcada por muita deslealdade e por uso exagerado de vários órgãos de comunicação ligados ao Governador. O jogo começou, mas torçamos que as regras sejam respeitadas e deixem que o povo decida quem deva ocupar o Palácio do Bispo de forma democrática: se Veneziano ou Rômulo. E que vença o melhor!

Algumas notas

- Algumas pessoas que foram à convenção do PSDB queriam saber de onde arranjaram tanta criança para participar deste processo. Dizem que parecia uma creche. Alguém sabe responder?

- O ex-Procurador de Justiça do Estado, Tonito Almeida (foto ao lado), aparece como sangue novo na briga pela sucessão em Boa Vista. Seu pai, Antônio Almeida, foi médico conhecido na região e prefeito de Campina Grande. Na convenção que homologou o seu nome, dia 28, a população compareceu entusiasmada ao evento e deu provas que o candidato vai dar muito trabalho ao seu opositor.

- A eleição em Campina Grande neste ano tem outro ingrediente diferente de 2004. Naquele ano, o PT só apoiou Veneziano no segundo turno. Agora vai com tudo desde o começo e com um conjunto de obras de dar inveja, graças ao apoio do Presidente Lula.

- Também neste ano, outros partidos se juntam ao bloco do prefeito, totalizando 13.

- O Senador José Maranhão disse que a eleição em Campina vai ser plebiscitária. Segundo ele, Campina Grande vai julgar se quer um Governo transparente, de obras sociais importantes ou se vai voltar ao tempo das maquetes eletrônicas e do sumiço de dinheiro público (referindo-se à venda da Celb).

- A política é mesmo dinâmica e porque não dizer cheia de sobressaltos. Em João Pessoa, Aguinaldo Ribeiro, filho do ex-prefeito Enivaldo Ribeiro, vai caminhar ao lado de Ricardo Coutinho nas eleições 2008. Aguinaldo é seguidor do grupo de Cássio e Ricardo é ligado ao grupo do Senador Maranhão, que apóia Veneziano em Campina Grande. Em Campina, Aguinaldo deve acompanhar Rômulo Gouveia. Eita misturada danada. Nitroglicerina pura. Até a próxima!

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Guerra sem fim

O jornalismo não era pra ser o que vemos hoje lamentavelmente na imprensa de um modo geral. Os chamados interesses escusos se sobrepõem aos verdadeiros propósitos que devem balizar os meios de comunicação. E o jogo de interesses não é uma exclusividade apenas de Campina Grande. É fácil observar nas matérias que vemos na chamada grande imprensa e no mundo inteiro.

A Globo, por exemplo, não tem lá bons olhos para com o Presidente Lula. Parece que nutre um carinho especial por José Serra e companhia.

Aqui na Paraíba a guerra também é grande. Guardadas as devidas proporções, parece a briga de gigantes entre Hillary Clinton e Barack Obama nos Estados Unidos.

Neste momento trava-se uma quebra de braço entre dois grandes veículos de comunicação na Paraíba justamente por causa do pleito que se avizinha. E não venham me dizer que tudo isso faz parte da democracia. Tudo em nome da democracia.

A Rede Paraíba de Televisão (formada pelas TVs Paraíba e Cabo Branco, além de emissoras de rádio e o Jornal da Paraíba), produziram várias matérias sobre um tal escândalo da Fazenda envolvendo o Sistema Correio de Comunicação.

Só para refrescar a memória do leitor, os dois sistemas estão diretamente ligados a dois fortes grupos políticos da Paraíba. O Correio, ao Senador José Maranhão, e a Rede Paraíba, ao Governador Cássio Cunha Lima. O primeiro tem em seu dono, Roberto Cavalcante, a possibilidade real de assumir a vaga de Senador, caso o TSE decida pela cassação do Governador Cássio. Dr. Roberto é suplente de Maranhão, que foi candidato a Governador e também briga pelo comando do Palácio da Redenção.

E está claro que a rixa entre os dois sistemas piorou com a aproximação das eleições municipais e ainda mais após a última decisão da Procuradoria Eleitoral do TSE de manter a decisão do TRE-PB que cassou o Governador Cássio por duas vezes.

Tenho observado, no entanto, que a Rede Paraíba de Televisão vem querendo vingar a honra ferida do Governador, que tem o poder ameaçado e, por tabela, ameaçando deixar muitos órfãos pelo caminho, dentre eles, vários veículos de comunicação. É uma longa história de traições, briga pelo poder e nada mais. Uma briga de gigantes, mas também de pequenos, que nada têm a ver com essa história e que vão pagar um preço muito alto com o desfecho de toda essa trama. Tomara que todos escapem com vida desta guerra que parece sem fim. Amém!


Rômulo sem vice?
Como havia dito na coluna anterior, o prefeitável Rômulo Gouveia teve muita dificuldade em definir quem seria o seu vice nas próximas eleições. Teve que se contentar mesmo com a Dra. Lígia Feliciano, a mulher do Mão Amiga; Tomara que não tenham que ‘abençoar’ muitas mãos de eleitores fragilizados com os programas da doutora. Vocês me entendem né?

terça-feira, 3 de junho de 2008

Opções interessantes de vice para Rômulo...

O adiamento na divulgação do pré-candidato a vice ao lado do gordo Rômulo Gouveia (na foto procurando um nome numa lista) reflete muito a falta de opções no grupo para superar Veneziano em Campina Grande. Seria muito bom para Zé Luiz, vice de Veneziano, que tem uma história brilhante, debater com os outros vices – Doutora Lígia ou Bolinha (me Deus). Eu até admiro a Amiga do Coração, mulher inteligente, mas convenhamos, não é a vez dela. Acho que ela poderia cumprir uma outra função, quem sabe numa Secretaria de Ação Social. Quanto ao outro, prefiro nem comentar. Sem discurso e carreirista.

Dizem que ao médico Damião Feliciano, o Governador Cássio teria oferecido duas Secretarias para abrir mão da vice, mas não teria aceitado. A informação me foi passada por um jornalista do Diário da Borborema, que recebeu o registro de um assessor do próprio Damião.

Damião, pelo que soube, em mostrado ao grupo do PSDB que sua mulher tem muito a somar com Rômulo. Possui uma rádio em suas mãos, que tem como pilar, programas assistencialistas e que têm grande penetração nas comunidades mais carentes.

A rádio tem, inclusive, um quadro em que um bolo é oferecido a um ouvinte aniversariante e a entrevista com a contemplada roda diversos dias na emissora à exaustão, além de outros brindes que são oferecidos semanalmente. Parece que Cássio anda meio temeroso em ter que se associar a programa assistenciais, por conta das cassações que obteve do TRE.

Pelo andar da carruagem, vão procurar alguém lá no Calçadão da Cardoso Vieira para ser candidato a vice com Rômulo. Tem muitas opções. O Gordo do Calçadão, Biliu de Campina, Zé Gotinha, Chico da Tocha, Edmar Miguel, Xula da Liberdade ou aquele rapaz que ganha dinheiro como estátua. Boa sorte. Eles se completam.