segunda-feira, 12 de abril de 2010

O Cordel da Traição

Correligionários do Senador Cícero Lucena mandaram confeccionar milhares de folhetos intitulados O Cordel da Traição. O trabalho é de autoria desconhecida e lamenta o que chamam de traição sofrida pelo Senador Cícero Lucena pelo ex-governador Cássio Cunha Lima, ao defender a candidatura de Ricardo Coutinho ao Governo do Estado.

O folheto afirma que em 1990, Ronaldo Cunha Lima só foi eleito Governador porque teve Cícero Lucena como vice: “Ninguém queria aceitar ser o vice de Ronaldo/ que estava liso de dó/sem apoio e sem respaldo”, diz um trecho do cordel.

Os versos foram publicados também na edição do Jornal dos Municípios, edição número 104, do mês de março passado. O jornal, em formato tablóide, tem sede em João Pessoa e está no mercado há 10 anos.

O cordel garante que Ronaldo só se livrou da prisão por parte da PF porque Cícero fez um pedido especial ao então Ministro da Justiça para a sua soltura, naquele caso dos tiros sofridos por Tarcísio Burity, no restaurante Gulliver. Os episódios vividos pelos ex-prefeitos Cozete Barbosa e Félix Araújo são tratados nos versos.


Vamos então ao Cordel da Traição:

A trama toda começa
Naquele ano 90
Que Ronaldo Cunha Lima
Disse: ninguém me sustenta
E enfrentou a parada
de uma disputa cruenta.

Ninguém queria aceitar
Ser o vice de Ronaldo
Que estava liso de dó
Sem apoio e sem respaldo
E as pesquisas mostravam
Que ele não dava um caldo.

Então apareceu Cícero
Que era do Sindicato
Da Indústria da Confecção
E tinha um grande aparato
De apoio e de dinheiro
para aceitar o trato.

Mesmo saindo em terceiro
Ronaldo venceu o pleito
E Cícero foi o seu vice
Num equilíbrio perfeito
Governaram a Paraíba
Num mandato sem defeito.

Na hora mais tenebrosa
Quando Ronaldo atirou
Em Tarcísio Burity
Nosso ex-governador
E a polícia o prendeu
Foi Cícero quem o salvou.

Ronaldo estava detido
Pela Polícia Federal
Cícero falou com o Ministro
Da Justiça Nacional
E exigiu a soltura
Senão iria pro pau.

Também em Campina Grande
Foi marcante a traição
Da família Cunha Lima
Que manteve a tradição
De abandonar os amigos
Sem qualquer contemplação

Primeiro Félix Araújo
Que assumiu a Prefeitura
Mas não pôde governar
Porque tinha a ditadura
Da família Cunha Lima
Que ditava sua postura.

Logo após foi a vez
De uma mulher guerreira
Que lutava destemida
Sem nunca mostrar canseira
Porém Cozete Barbosa
Fez uma enorme besteira.

O deputado João Gonçalves
Também teve o dissabor
Quando enfrentou Ricardo
Contando com o traidor
Cássio já estava por trás
Preparando o seu andor.

Hoje a Paraíba assiste
Oura ação covarde e vil
Cássio atacando Cícero
E derramando elogio
Para Ricardo Coutinho
Que quase o destruiu.

A Paraíba está vendo
E não aprova isso não.
Cuidado, Cássio, não pague
Amor com ingratidão
O povo não simpatiza
Com tamanha traição.

A poesia popular
Que Ronaldo tanto estima
E agora nesse cordel
Relata o fiel papel
De Cássio da Cunha Lima.


O debate
Na Campina FM, dia 12, o empresário e presidente de partido político aliado ao ex-governador cassado Cássio, o senhor José Artur “Bolinha” e Alexandre Moura, da área de informática, comentando sobre segurança pública. Nunca ouvi esses dois cidadãos comentaram sobre o assunto em outras épocas. Também não me lembro de ouvir defesa dos mesmos sobre o projeto de Criação da Guarda Municipal, enviado pelo prefeito Veneziano Vital à Câmara e rejeitado pelos vereadores muitos ligados a esse grupo. Falar é fácil, é muito fácil...

3 comentários:

Anônimo disse...

De uma coisa nem o mais apaixonado pode discordar, esse cordel não mentiu em nada, nada, nada. Pior, omitiu vários outros casos desabonadores de tal grupo político. Pode a maior "paixonite" defender e elogiar, mas o que está dito no cordel é a mais pura verdade.

Anônimo disse...

Nós vivemos numa democracia...e graças a Deus podemos mudar de opinião a todo momento...se for assim então o que diremos de abílio e outros ....VIVA A DEMOCRACIA

antonio almeida disse...

Meu caro Josué.
A minha imperdoável distração me fez só agora ter conhecimento do seu blog.
A existência política de Efraim e outros da mesma estirpe é fruto de parcelo do eleitorado paraibano que tem no voto uma mercadoria.
E não é por inocência. Ninguém pode dizer que votou em Efraim enganado.
É porisso que a imprensa precisa a começar a colocar a responsabilidade em quem tem o poder de escolha.
um abraço...
antonio almeida