sexta-feira, 31 de agosto de 2012
O 'bom' menino?
Concordo com o Senador Cássio Cunha Lima (PSDB). Ele tem mesmo é que se aliar ao grupo do prefeito Veneziano Vital do Rêgo, caso contrário estará fadado a insucessos políticos futuros.
Dizem que lá em Brasília Cássio tem sido um grande "amigo" do também Senador Vital Filho.
Amigos jornalistas me confidenciaram que Cássio e Vital são vistos constantemente tomando um cafezinho juntos na lanchonete do Congresso, com conversas amenas é verdade, mas que demonstram que as duas famílias - Cunha Lima e do Rêgo, já não mais trilham pela cartilha da discórdia.
Ainda dizem que existe um tal acordo entre os grupos políticos . Como Cássio está inelegível para ser candidato a governador em 2014, o apoio seria dado a Veneziano, para que em 2018 Cunha Lima possa retornar ao Palácio da Redenção.
Em contrapartida, em 2018, Cássio apoiaria Veneziano para o Senado.
Se esse tal acordo foi feito não sei, mas os campinenses estão gostando muito dessa ideia de Veneziano e Cássio se unirem. Muitos consideram que Campina sairia fortalecida com essa união.
Na minha humilde opinião, acho que Cássio está buscando se aproximar de Vitalzinho e Veneziano tão somente porque está em mal lençóis após ter apoiado o nome de Ricardo Coutinho ao Governo do estado.
Cássio, que não é burro, teme prejuízos eleitorais na campanha municipal deste ano e pensa em 2014. Menino besta esse hein?
Saudades do Regime?
Com todo respeito que tenho à Justiça Eleitoral, mas considero um absurdo a intervenção dos fiscais para coibir o uso de mini-trios por parte dos candidatos.
Qual o problema no uso desses mini-trios?
Acho que a Justiça deveria se preocupar com questões maiores, como a compra de votos que já começou e está sendo feita na periferia em plena luz do dia por vários representantes de inúmeros políticos.
Discurso velho
É lamentável acompanhar os discursos de alguns candidatos a prefeito ou a vereador no guia eleitoral. Defender uma Campina livre da perseguição ou uma Campina melhor soa a demagogia e nada mais.
Afinal de contas, Campina desde 2005 ganhou novos ares e é destaque nacional por sua pujança econômica. É uma cidade atrevida e não vai se deixar levar por aventureiros ou por falsos amores.
Errei
Na coluna anterior registrei que o dono do Jornal da Paraíba, Zé Carlos, teria sido vice de Ronaldo Cunha Lima. Na verdade, Zé foi vice de Wilson Braga e suplente de Senador de Cunha Lima. Só não tiro a subserviência do homem do JP em sempre dirigir matérias em favor do grupo cassista.
Da Bíblia Sagrada
Esperar não é perder tempo, é ter a certeza que há um tempo certo para tudo.
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
O jornalismo tendencioso do JP
É incrível como o Jornal da Paraíba, ao avaliar os números da
última pesquisa Ibope, se posiciona favorável à candidatura de Romero
Rodrigues. Plausível a defesa pro PSDB, até porque o JP, historicamente, por
mais de 20 anos, sempre foi aliado dos tucanos.
Basta dizer que o dono do jornal, o empresário José Carlos
da Silva Júnior, foi vice-governador do então Governador Ronaldo Cunha Lima e
faturou muito com a venda de carros de suas concessionárias para o Governo do
Estado.
Na edição do último dia 19 o sociólogo e articulista (sic)
Luiz Ernani Torres, chega ao absurdo de dizer em artigo de meia página que
Daniella tem mais espaço para crescer que Tatiana.
Segundo ele, Tatiana corre o risco de aumentar a rejeição
junto ao percentual de 31% dos indecisos.
Análise equivocada e eivada por interesse particular nada
mais.
O sociólogo ainda tem a indecência de dizer que nem a
máquina administrativa e nem o apoio do influente grupo Vital do Rêgo estão
conseguindo alavancar a candidatura de Tatiana, o que é uma inverdade.
Antes de apresentar o nome de sua preferência, Tatiana aparecia nas pesquisas com apenas 3%. Hoje, na estimulada, aparece com 15% e Daniella caiu para 13%.
O sociólogo só tem uma acertiva em seu texto em defesa de
Romero: que a candidatura do PSDB apresenta-se forte graças à influência que o
Senador Cássio Cunha Lima ainda ostenta na cidade.
O articulista só omitiu um dado que deve ser observado: que
em 2004 e em 2008, mesmo Cássio usando a máquina (era Governador na época) e
com o apoio do presidente da Assembleia Legislativa e da presidência da Câmara
Municipal campinense, Veneziano conseguiu duas vitórias, aumentando a margem de
votos no último pleito.
As pérolas do JP
Para não acharem que o comentário acima segue-se em defesa
de Tatiana, gostaria que os meus leitores se debruçassem na leitura do artigo de
Flávio Lúcio, que escreve periodicamente para o site “ParaibaOnline”.
O articulista destaca a análise equivocada e tendenciosa feita pelo Jornal da Paraíba sobre os números do Ibope. Daqui em diante, o que se escreve é de autoria de Flávio Lúcio. Acompanhem abaixo.
IBOPE, Consult e as "pérolas" do JP Online sobre a eleição de
CG
Nesta sexta
(17/08), tomamos conhecimento de duas pesquisas sobre as intenções de voto para
a Prefeitura de Campina Grande. Tanto a Consult-Correio como a do IBOPE-Sistema
Paraíba sinalizam o crescimento de Romero Rodrigues em primeiro lugar, supera a
marca dos 30%, associada à queda de Daniela Ribeiro, e a manutenção do
crescimento lento, mas constante, de Tatiana Medeiros, que caminha para
ultrapassar a candidata do PP e se firmar como principal antagonista do grupo
Cunha Lima no segundo turno.
Os números das duas pesquisas sinalizam, portanto, que o candidato do PSDB começa a incorporar a influência eleitoral que tem tradicionalmente a família Cunha Lima no município, o que já é suficiente por si só para colocá-lo no segundo turno.
Por outro lado, Daniela Ribeiro começa a perder fôlego, exatamente no momento mais crucial da campanha, quando começa o Guia Eleitoral na TV e os eleitores começam a se definir em massa.
Já Tatiana Medeiros, a mais desconhecida das candidatas, mantém um ritmo de crescimento que provoca a sensação de consistência de sua candidatura e, mais importante, demonstra finalmente, o que nesse caso é mais importante, viabilidade eleitoral. Desde que foi anunciada candidata do PMDB, a cada pesquisa Tatiana cresce, sem grandes saltos, ao passo que sua principal concorrente para uma das vagas no segundo turno, Daniela Ribeiro, manteve-se estagnada e agora começou a cair.
Ou seja, o cenário está montado para que a verdadeira disputa dessa eleição em Campina Grande se estabeleça: a disputa entre Cássio Cunha Lima e Veneziano Vital pela hegemonia na Rainha da Borborema, o que eu venho apontando como o pesadelo eleitoral de Daniela Ribeiro.
Mantido esse quadro, Tatiana Medeiros e Romero Rodrigues tenderão a mirar um no outro e a polarização deixará de ser mera projeção e se efetivará na prática, o que deixará Daniela Ribeiro em situação difícil, porque o seu potencial eleitor tenderá a se definir em função da disputa principal. Ou Daniela cria um fato político urgente ou tenderá a ficar falando sozinha, sem antagonista com que debater. E essa sensação de esquecimento por parte dos adversários é fatal.
Rejeição: números do IBOPE chegam a 171%
Vou agora dá uma de ombudsman do Jornal da Paraíba. Além da diferença pró-Romero Rodrigues de mais de 3% em relação à Consult, existe uma grande e, pode-se dizer, grave diferença em relação à rejeição dos candidatos em Campina Grande. Se na Consult, a rejeição de Tatiana Medeiros é de 21,85%, no IBOPE ela chega a 36%. Pode-se argumentar que são diferenças de metodologia. E são mesmo.
Enquanto a Consult só deve perguntar uma vez em quem o eleitor não vota, o IBOPE deve dar a ele uma segunda opção. Daí, o festival de rejeição. E daí, o mote para o Jornal da Paraíba ressaltar que “Romero dispara” e “Tatiana lidera rejeição”.
Ou seja, para o jornal, que não esclarece em momento algum os critérios usados pelo IBOPE sobre a metodologia utilizada para chegar ao percentual de rejeição dos candidatos, é mais importante a rejeição de Tatiana Medeiros do que empate técnico no segundo lugar, que acontece pela primeira vez nessa campanha.
Na espontânea, Tatiana Medeiros ultrapassa Daniela
Além disso, agora na internet, o Jornal da Paraíba dá um inexplicável destaque ás avessas aos números da espontânea. Ao invés de, nesse quesito, ressaltar a ultrapassagem de Tatiana Medeiros sobre Daniela Ribeiro, o JP Online prefere ressaltar a “possibilidade”, hoje distante e improvável, de Romero Rodrigues vencer no primeiro turno.
Quais são os números? “Romero tem 24% das intenções de voto na espontânea, Daniella, 13% e Tatiana 15%”. Cito ipsi literis para você notar a disposição dos candidatos. Apesar de Tatiana Medeiros, na pesquisa espontânea, ter dois pontos a mais que Daniela Ribeiro, a candidata do PMDB é citada em terceiro. Não vou dizer que foi um erro matemático, mas jornalístico.
Entretanto, o mais grave é a conclusão a respeito desses números: “Eleição em Campina Grande pode se decidida no 1º turno”(!), que bem poderia ser “Romero pode vencer no primeiro tuno.” Primeiro, qualquer eleição pode ser definida no primeiro turno.
Mas, no caso de Campina Grande é a primeira vez que alguém ousa fazer essa afirmação. E baseado em quê? Na citação espontânea dos candidatos e na “rejeição” à candidata do PMDB. Tudo muito automático – e também muito conveniente para o candidato cassista. Fundado em “possibilidades” e com 31% de indecisos na espontânea, até Arthur Bolinha pode ir para o segundo turno.
As pérolas do JP Online
O texto, publicado ontem no JP Online, é uma sucessão de perólas que deve entrar para os anais da anáise política paraibana pelas conclusões a que chega diante dos números revelados pelo IBOPE. São tantas que ficou difícil até excluir partes do texto.
Elas são citadas abaixo, seguidas de alguns comentários meus. Quem quiser conferir, é só clicaraqui
“A análise dos percentuais de intenção de votos da pesquisa Ibope, tanto espontânea quanto estimulada, tendenciam uma vitória mais provável do candidato Romero Rodrigues (PSDB).” Tendenciam? O que é isso? Estamos há dois meses da eleição e o JP já estabelece uma tendência quase inexorável de vitória de um dos candidatos? Isso pode acontecer? Claro que pode. Mas alguém em sã consciência acredita que isso hoje é o “mais provável”?
“Constatamos que os 24% (...) de Romero Rodrigues quase equivalem à soma de seus dois principais adversários” – que são mulheres – 28%. O “analista” só esqueceu de dizer que 4% representa quase 17 % do percentual de Rodrigues.
“A tendência para o sucesso de Romero Rodrigues se fortalece no sentimento da população porque 40% dos eleitores acham que o tucano ganhará as eleições, contra 19% para Daniella e 15% para Tatiana; nesse cenário, a diferença de Romero para suas principais opositoras é muito significativa.” Tem certeza que esse texto não foi escrito por algum assessor de Romero Rodrigues? Desculpem-me, mas isso pode ser chamado de uma abordagem jornalística sobre os números de uma pesquisa? Tendência de sucesso porque a expectativa de vitória é maior para o tucano? Essa é nova, reconheçamos. E “sentimento” da população? Agora pesquisa mede “sentimento...
“Apesar de estar tecnicamente empatada com Daniella, a candidata peemedebista, por agregar uma rejeição de 36%, embora seja bem conhecida por somente 21% da população, conta com muito menos espaço para conquistar os eleitores indecisos. Neste cenário, Tatiana corre o risco de ampliar sua rejeição na medida em que procure aumentar sua visibilidade pessoal junto aos indecisos.” Ou seja, diferente de Romero, a “tendência” de Tatiana Medeiros é aumentar a rejeição entre os indecisos, e não intenção de voto, que é o que normalmente acontece. O “analista” não esconde nem o tamanho do bico. O que diria ele sobre a rejeição atual de José Serra em São Paulo, que é de 37%, segundo o próprio IBOPE? Diria que Serra já perdeu a eleição?
“No caso de Tatiana, constata-se que nem a máquina administrativa e nem o apoio do influente grupo político Vital do Rêgo estão conseguindo alavancar sua candidatura”. É, a julgar pelas conclusões anteriores, o “analista” deve ter razão, já que uma candidata que tinha 4% em janeiro e hoje chega aos 20% foi qualquer coisa, menos alavancada, mas cresceu para baixo. Como se diz por aí: o pior cego é aquele que não quer ver.
“Era de se esperar que uma candidata escolhida para suceder um prefeito que recebeu uma avaliação positiva de 51% da população contra somente 15% de ruim e péssimo estivesse melhor colocada nas intenções de voto. Conclui-se que, até agora, o prefeito Veneziano Vital do Rêgo (PMDB) não está transformando sua popularidade em votos para a candidata que escolheu para sucedê-lo.” É mesmo. Dilma Rousseff é um bom exemplo disso. A atual Presidenta do Brasil disparou nas pesquisas no exato instante em que Lula anunciou seu apoio a ela. E isso porque Rousseff tinha uma baixa rejeição, que, se não me engano, era próxima dos 30%. Mas, o que são fatos! Vale a interpretação deles, não é verdade?
“Além de sua baixa rejeição (22%!), o tucano soma duas fortes influências políticas. A primeira é o vice de sua chapa, Ronaldo Cunha Lima Filho, o que se constitui em forte apelo eleitoral, e o segundo é o indiscutível prestígio do senador Cássio Cunha Lima.”
Precisa dizer mais nada?
Os números das duas pesquisas sinalizam, portanto, que o candidato do PSDB começa a incorporar a influência eleitoral que tem tradicionalmente a família Cunha Lima no município, o que já é suficiente por si só para colocá-lo no segundo turno.
Por outro lado, Daniela Ribeiro começa a perder fôlego, exatamente no momento mais crucial da campanha, quando começa o Guia Eleitoral na TV e os eleitores começam a se definir em massa.
Já Tatiana Medeiros, a mais desconhecida das candidatas, mantém um ritmo de crescimento que provoca a sensação de consistência de sua candidatura e, mais importante, demonstra finalmente, o que nesse caso é mais importante, viabilidade eleitoral. Desde que foi anunciada candidata do PMDB, a cada pesquisa Tatiana cresce, sem grandes saltos, ao passo que sua principal concorrente para uma das vagas no segundo turno, Daniela Ribeiro, manteve-se estagnada e agora começou a cair.
Ou seja, o cenário está montado para que a verdadeira disputa dessa eleição em Campina Grande se estabeleça: a disputa entre Cássio Cunha Lima e Veneziano Vital pela hegemonia na Rainha da Borborema, o que eu venho apontando como o pesadelo eleitoral de Daniela Ribeiro.
Mantido esse quadro, Tatiana Medeiros e Romero Rodrigues tenderão a mirar um no outro e a polarização deixará de ser mera projeção e se efetivará na prática, o que deixará Daniela Ribeiro em situação difícil, porque o seu potencial eleitor tenderá a se definir em função da disputa principal. Ou Daniela cria um fato político urgente ou tenderá a ficar falando sozinha, sem antagonista com que debater. E essa sensação de esquecimento por parte dos adversários é fatal.
Rejeição: números do IBOPE chegam a 171%
Vou agora dá uma de ombudsman do Jornal da Paraíba. Além da diferença pró-Romero Rodrigues de mais de 3% em relação à Consult, existe uma grande e, pode-se dizer, grave diferença em relação à rejeição dos candidatos em Campina Grande. Se na Consult, a rejeição de Tatiana Medeiros é de 21,85%, no IBOPE ela chega a 36%. Pode-se argumentar que são diferenças de metodologia. E são mesmo.
Enquanto a Consult só deve perguntar uma vez em quem o eleitor não vota, o IBOPE deve dar a ele uma segunda opção. Daí, o festival de rejeição. E daí, o mote para o Jornal da Paraíba ressaltar que “Romero dispara” e “Tatiana lidera rejeição”.
Ou seja, para o jornal, que não esclarece em momento algum os critérios usados pelo IBOPE sobre a metodologia utilizada para chegar ao percentual de rejeição dos candidatos, é mais importante a rejeição de Tatiana Medeiros do que empate técnico no segundo lugar, que acontece pela primeira vez nessa campanha.
Na espontânea, Tatiana Medeiros ultrapassa Daniela
Além disso, agora na internet, o Jornal da Paraíba dá um inexplicável destaque ás avessas aos números da espontânea. Ao invés de, nesse quesito, ressaltar a ultrapassagem de Tatiana Medeiros sobre Daniela Ribeiro, o JP Online prefere ressaltar a “possibilidade”, hoje distante e improvável, de Romero Rodrigues vencer no primeiro turno.
Quais são os números? “Romero tem 24% das intenções de voto na espontânea, Daniella, 13% e Tatiana 15%”. Cito ipsi literis para você notar a disposição dos candidatos. Apesar de Tatiana Medeiros, na pesquisa espontânea, ter dois pontos a mais que Daniela Ribeiro, a candidata do PMDB é citada em terceiro. Não vou dizer que foi um erro matemático, mas jornalístico.
Entretanto, o mais grave é a conclusão a respeito desses números: “Eleição em Campina Grande pode se decidida no 1º turno”(!), que bem poderia ser “Romero pode vencer no primeiro tuno.” Primeiro, qualquer eleição pode ser definida no primeiro turno.
Mas, no caso de Campina Grande é a primeira vez que alguém ousa fazer essa afirmação. E baseado em quê? Na citação espontânea dos candidatos e na “rejeição” à candidata do PMDB. Tudo muito automático – e também muito conveniente para o candidato cassista. Fundado em “possibilidades” e com 31% de indecisos na espontânea, até Arthur Bolinha pode ir para o segundo turno.
As pérolas do JP Online
O texto, publicado ontem no JP Online, é uma sucessão de perólas que deve entrar para os anais da anáise política paraibana pelas conclusões a que chega diante dos números revelados pelo IBOPE. São tantas que ficou difícil até excluir partes do texto.
Elas são citadas abaixo, seguidas de alguns comentários meus. Quem quiser conferir, é só clicaraqui
“A análise dos percentuais de intenção de votos da pesquisa Ibope, tanto espontânea quanto estimulada, tendenciam uma vitória mais provável do candidato Romero Rodrigues (PSDB).” Tendenciam? O que é isso? Estamos há dois meses da eleição e o JP já estabelece uma tendência quase inexorável de vitória de um dos candidatos? Isso pode acontecer? Claro que pode. Mas alguém em sã consciência acredita que isso hoje é o “mais provável”?
“Constatamos que os 24% (...) de Romero Rodrigues quase equivalem à soma de seus dois principais adversários” – que são mulheres – 28%. O “analista” só esqueceu de dizer que 4% representa quase 17 % do percentual de Rodrigues.
“A tendência para o sucesso de Romero Rodrigues se fortalece no sentimento da população porque 40% dos eleitores acham que o tucano ganhará as eleições, contra 19% para Daniella e 15% para Tatiana; nesse cenário, a diferença de Romero para suas principais opositoras é muito significativa.” Tem certeza que esse texto não foi escrito por algum assessor de Romero Rodrigues? Desculpem-me, mas isso pode ser chamado de uma abordagem jornalística sobre os números de uma pesquisa? Tendência de sucesso porque a expectativa de vitória é maior para o tucano? Essa é nova, reconheçamos. E “sentimento” da população? Agora pesquisa mede “sentimento...
“Apesar de estar tecnicamente empatada com Daniella, a candidata peemedebista, por agregar uma rejeição de 36%, embora seja bem conhecida por somente 21% da população, conta com muito menos espaço para conquistar os eleitores indecisos. Neste cenário, Tatiana corre o risco de ampliar sua rejeição na medida em que procure aumentar sua visibilidade pessoal junto aos indecisos.” Ou seja, diferente de Romero, a “tendência” de Tatiana Medeiros é aumentar a rejeição entre os indecisos, e não intenção de voto, que é o que normalmente acontece. O “analista” não esconde nem o tamanho do bico. O que diria ele sobre a rejeição atual de José Serra em São Paulo, que é de 37%, segundo o próprio IBOPE? Diria que Serra já perdeu a eleição?
“No caso de Tatiana, constata-se que nem a máquina administrativa e nem o apoio do influente grupo político Vital do Rêgo estão conseguindo alavancar sua candidatura”. É, a julgar pelas conclusões anteriores, o “analista” deve ter razão, já que uma candidata que tinha 4% em janeiro e hoje chega aos 20% foi qualquer coisa, menos alavancada, mas cresceu para baixo. Como se diz por aí: o pior cego é aquele que não quer ver.
“Era de se esperar que uma candidata escolhida para suceder um prefeito que recebeu uma avaliação positiva de 51% da população contra somente 15% de ruim e péssimo estivesse melhor colocada nas intenções de voto. Conclui-se que, até agora, o prefeito Veneziano Vital do Rêgo (PMDB) não está transformando sua popularidade em votos para a candidata que escolheu para sucedê-lo.” É mesmo. Dilma Rousseff é um bom exemplo disso. A atual Presidenta do Brasil disparou nas pesquisas no exato instante em que Lula anunciou seu apoio a ela. E isso porque Rousseff tinha uma baixa rejeição, que, se não me engano, era próxima dos 30%. Mas, o que são fatos! Vale a interpretação deles, não é verdade?
“Além de sua baixa rejeição (22%!), o tucano soma duas fortes influências políticas. A primeira é o vice de sua chapa, Ronaldo Cunha Lima Filho, o que se constitui em forte apelo eleitoral, e o segundo é o indiscutível prestígio do senador Cássio Cunha Lima.”
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