quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Fedeu antes

O arcebispo da Paraíba, Dom Aldo Pagotto, também batizado pelos cearenses como Dom Tucano de Batina como queiram, declarou no final do ano passado que a política paraibana iria feder em 2010. Ele usou sim esse termo chulo e pouco aconselhável para quem se diz representante de Deus aqui na Terra.

Deixando um pouco de lado Dom Aldo para cuidar das suas tarefas eclesiais ou políticas, (sabe Deus...), gostaria de realçar alguns aspectos da política paraibana durante a semana. O caldeirão político está mesmo fervendo e bem antes do tempo, provocando um mau cheiro terrível. E se botarem mais lenha na fogueira, muitos sairão chamuscados desse processo e ficarão com sequelas irreversíveis.

Durante a semana, traidores e traídos foram às emissoras de rádio. Primeiro foi o Senhor Cássio Cunha Lima (foto de infância, quando o ex-governador sequer sabia que existia a FAC ou coisa parecida), que sempre aparece como bom moço. Nas suas últimas entrevistas, tem tido que os paraibanos tiveram um mandato legítimo usurpado, o que é uma inverdade. Foi cassado duas vezes pelo Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba, tendo uma delas sido confirmada pelo TSE. A sua cassação expôs o nosso Estado mais uma vez de forma negativa na chamada grande imprensa.

Interessante foi mesmo acompanhar o pensamento pragmático do Senhor Cássio, quando disse que na política, os amigos valem pouco ou quase nada e que num processo eleitoral, existem apenas dois lados: do que estão no poder e os que fazem de tudo para nele estarem, mesmo que tenham que atropelar a própria mãe ou coisa parecida se necessário for.

O amigo velho Cícero Lucena foi a outra emissora e rebateu Cássio. O ‘dono’ do grupo cicerista discordou de tudo dito pelo dono do grupo cassista e está mesmo disposto a levar sua candidatura adiante. Afinal de contas, Cícero e Ricardo, está evidente, não sobem num mesmo palanque de jeito nenhum.

Esse tipo de acordo só mesmo Cozete Barbosa teria coragem de aceitar. Aliás, ela aceitou sim se coligar com o PSDB nas eleições para prefeito em Campina Grande. E todos sabem e que situação ficou, lamentavelmente a ex-musa do PT - foi abandonada pelos tucanos no processo eleitoral seguinte, ficou depois no ostracismo, desempregada bem recentemente e respondendo a processos por crimes deixados por seus antecessores. E ainda paga um preço muito alto por ter acreditado nas promessas feitas pelo senhor Cássio à época.

É incrível como tenho a impressão de estar presenciando a história se repetindo. Será impressão apenas? O tempo dirá...

Ricardo trai a si mesmo
Foi o que mais ouvi em João Pessoa, quando lá estive no final de semana passado. Conversei com pessoas simples, vendedores de picolé, de amendoim, garis, vigilantes e constatei que essa opção de Ricardo em se aliar ao PSDB dividiu João Pessoa. A insatisfação é grande e poderá custar muito caro ao PSB, com sérios reflexos não apenas para os planos políticos em 2010, mas com repercussões negativas para o processo municipal de 2012.

Sem prestígio?
Na última terça-feira, 12, após entrevista na Rádio Panorâmica FM, o Senhor Cássio foi almoçar no restaurante O Bananal com os prefeitos Edvan Leite (Boa Vista) e Paulo Oliveira (Massaranduba) e cinco vereadores de Campina. Quase que almoçava só...

Cocadas para o povo
Na Panorâmica, bom foi ouvir a declaração da senhora ‘Lucimar das Cocadas’, revoltada por ter perdido um emprego que tinha na 3ª Região de Ensino – um salário mínimo. Cássio disse que Lucimar era o exemplo da perseguição patrocinada pelo Governador José Maranhão. Entendo de outra forma. A vendedora de cocadas é o exemplo fiel do empreguismo promovido por políticos profissionais em períodos eleitorais apenas para conquistar votos e nada mais.

O quase Deus
E aquele vereador suplente hein? Dizer que teve mais votos que Fernando Carvalho e até se achar Deus nesse processo todo é um absurdo mesmo. Pode até ter conseguido votos a mais, mas a forma como foram conquistados é o diferencial. Tem quantidade, mas não tem qualidade alguma...

Vital guerreiro
O ex-deputado Vital do Rêgo vai lutando no leito hospitalar, tentando sobreviver. Deus queira que o tribuno, homem de grande capacidade intelectual e familiar, supere essas adversidades e esteja entre os seus bem antes do tempo firmado por Deus. Deus o abençoe!

Big porcaria
Soube por amigos e pela Internet da nova versão do Big Brother da Globo. Dizem que tem de tudo de ruim na versão 2010...

No primeiro dia, o apresentador Pedro Bial foi logo disparando perguntas indiscretas para os confinados. Bial quis saber se a família de um deles permitiria que ele se casasse com uma mulher que não fosse da religião dele, o judaísmo. “Sim... Eu faço o que quero da minha vida”, respondeu, sem titubear, o brother.

Homossexual assumido, outro falou sobre o preconceito contra os gays, dizendo: “Depende do grau do pensamento de cada um... o importante é o que eu estou pensando. Se eu me aceito”.

Para um terceiro participante - lésbica, o jornalista perguntou se ela nunca transava com homens. “Já abri exceções, mas no começo, quando tinha 16 anos, quando tive o primeiro namorado, mas sentia que faltava uma coisa...”, disse a jornalista.

Percebendo o jeito doce da quarta concorrente, Bial provocou: “Quando o seu diabinho aparece?”. “Vou tentar fazer que não apareça”, respondeu a moça, escapando pela tangente.

Outra participante foi bem mais ousada na sua reposta, ao ser questionado se gostava de apanhar na hora do sexo. “Vou confessar: eu adoro apanhar”, afirmou.
Um rapaz até ficou bem constrangido quando Bial quis saber ele já tinha se envolvido com uma mulher bissexual. O engenheiro agrônomo negou a experiência.

Quem melhor descreveu o que representava esse programa foi o saudoso jornalista, escritor e intelectual Luiz Augusto Crispim, em artigo publicado no jornal Correio da Paraíba.

Crispim definiu a Casa do Big Brother como um cenário composto por pessoas expostas ao ridículo, exibindo seus dotes sexuais e concorrendo entre si para provar quem diz mais baboseira. E olha que o confinamento dessas pessoas acaba em livro depois. Pior mesmo é saber que os tais livros ainda encontram compradores. Lamentável mesmo!

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