quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O nosso Claplin

Shaolin definitivamente não é o bobo da corte. Ele é ousado, meio contraditório às vezes, mas não é patético como os políticos. Na vida real é humano como todos nós, de carne e osso, sujeito às intempéries da vida, aos descaminhos e aos questionamentos que fazemos diariamente.
Conheço Shaolin (o humorista) desde os anos 80. Sempre fomos bons amigos, fruto do trabalho diário no jornal A Palavra.
E pra completar, morávamos no mesmo bairro – o Presidente Médici. Naquela época não tínhamos carro – andávamos de ônibus mesmo.

Eu, na condição de repórter. E Shaolin, chargista do jornal.
Éramos um time e tanto. Marcos Marinho, Mica Guimarães, Fred Ozanam, Josildo Albuquerque, Ubiratan Cirne, depois William Monteiro e tantos outros.

Velhos e bons tempos aqueles. Recordo-me das tantas vezes que eu e Shaolin, no terraço lá de casa, na Rua Ascendino Toscano de Brito, sentados a falar sobre a vida, entre uma dose e outra de aguardente Caranguejo e um bom pedaço de linguiça calabresa.

Parece que foi ontem. O tempo passou rápido. Foi como um piscar de olhos. De repente Shaolin não era mais aquele rapaz que contava suas piadas ou fazia imitações para meia dúzia de amigos. Tornou-se o nosso Chaplin, aclamado pelos amigos e pela crítica.

Não sou de esconder fatos da vida. Tivemos algumas divergências, é claro, surgidas por questionamentos que sempre fiz sobre o seu comportamento em relação a definições político-partidárias, mas nada que chegasse a estragar uma amizade que sobrevive ao tempo e às mentiras dos que não sabem do real significado das palavras amigo e respeito.

Hoje Shaolin tem muitos amigos, alguns nem tanto, circunstanciados e nascidos pelo bom momento por ele vivido. Mas isso é de pequena monta. Sei que ele reconhece seus verdadeiros amigos e que não se deixa levar pelos resultados materiais da vida.

O Shaolin que conheci ainda pulsa na UTI lá em São Paulo e, na conveniência de Deus há de voltar a brilhar nos palcos da vida, com suas contrariedades pode até ser, mas que volte a nos alegrar. Amém!

Mentira repetida
Fico pasmo toda vez que acesso os portais e vejo noticia do tipo: "Cássio diz que Maranhão quebrou a Paraíba de novo". Ou aquela: "Secretário diz que caos na saúde em Campina não mais se repetirá". O nosso jornalismo é de uma subserviência aos políticos que dá dó.

Artigo do click desconfia das urnas e dos votos de Cássio
O portal www.clickpb.com.br trouxe bem recentemente uma ampla matéria sobre a questionável inviolabilidade das urnas eletrônicas brasileiras. Acompanhe abaixo a íntegra da matéria.

Campeão Virtual: Vulnerabilidade das urnas eletrônicas pode explicar ‘sucesso’ eleitoral de Cássio e resultados surpreendentes nas eleições da PB 

Passado o burburinho das eleições, aclamados os eleitos, empossados alguns, voltamos a uma indagação, aquela clássica indagação que deu título ao famoso filme de Oliver Stone sobre o assassinato do presidente Kennedy - A Pergunta que não quer calar.

Aqui no Brasil e, em particular, na Paraíba, ela ecoa nos ouvidos de muitos eleitores, desconfiados com os resultados surpreendentes das urnas, que contrariaram todas as expectativas projetadas pelas pesquisas.

Ela se repete, apesar do esforço inaudito da Justiça Eleitoral para dar legitimidade aos resultados e emprestar lisura ao processo. E é válido insistir na pergunta: são confiáveis os resultados eleitorais produzidos pelas urnas eletrônicas?

Do ponto de vista técnico, não. Absolutamente, não são confiáveis os resultados obtidos pelo processo eleitoral imposto ao país pelo TSE. São muitos, inquestionáveis e avassaladores os pareceres técnicos sobre a vulnerabilidade das urnas eletrônicas.Tão vulnerável que de 76 países - entre eles Holanda, Inglaterra e França - que se interessaram pelo processo desde que ele foi adotado no Brasil, 70 deles recusou utilizá-lo em suas eleições, por constatar que o sistema é passível de fraudes e se configura uma ameaça à democracia.

Aqui no Brasil, instituições da credibilidade da OAB e da ABI, através dos seus Conselhos Federais, atendendo recomendação de suas comissões de informática, resolveram não legitimar os programas de computador do sistema eleitoral desenvolvido pelo TSE, para as eleições de 2010.

São muitos os exemplos de fraudes citados por autoridades na área de informática que jogam por terra os argumentos utilizados pelo TSE e pelos TREs e que comprovam a falta de lisura e de confiabilidade do processo eleitoral brasileiro.
As ditas urnas foram testadas em muitos países e em todos foram reprovadas por confirmarem a vulnerabilidade e a imensa possibilidade de manipulação dos resultados feitas da forma mais simplória e ao alcance de que qualquer técnico em informática mal intencionado.

A demonstração de que é possível fraudar eleições realizadas com urnas eletrônicas criou uma situação curiosa na Índia. O líder da equipe responsável pela demonstração da vulnerabilidade, o pesquisador Hari Prasad, foi preso por não revelar a fonte que lhe forneceu uma das urnas para a realização dos testes. Prasad, juntamente com o professor da Universidade de Michigan, nos EUA, Alex Halderman, e o ativista holandês Rop Gonggrijp, demonstraram que o sistema eletrônico de votação pode ser manipulado. A demonstração pode ser conferida em um site na internet (http://indiaevm.org/). A urna eletrônica indiana é similar à utilizada nas eleições do Brasil.

Segundo os responsáveis pelo teste, um dos ataques envolve a substituição de uma pequena peça da urna, similar ao componente real, pela qual a máquina pode ser instruída a transferir parte dos votos para um dos candidatos. Outra demonstração foi capaz de alterar os votos armazenados na urna eletrônica. "Esses ataques não são complicados ou difíceis de serem feitos, mas seriam difíceis de serem detectados ou evitados. A melhor maneira de prevenir é contar os votos utilizando-se as cédulas de papel", diz o site sobre a apresentação dos testes, defendendo o sistema de impressão dos votos.

Por incrível que possa parecer o consultor Sérgio Freitas da Silva montou uma equipe com 32 especialistas em segurança e ganhou o prêmio oferecido pela Justiça Eleitoral por descobrir qual eleitor está votando em qual candidato na urna eletrônica, utilizando como principal ferramenta um radinho de pilha.

Essa comprovação por si só num país sério e com uma Justiça séria seria suficiente para inviabilizar o sistema e revogá-lo de imediato como já foi feito em outros paises onde a credibilidade das instituições públicas é sagrada.

É sabido e comprovado que, sem muito esforço, programas podem ser alterados e votos podem ser desviados para um determinado candidato tudo de forma dissimulada e sem deixar rastros que denunciem os fraudadores.

Mas aqui a coisa é diferente e essas comprovações são solenemente ignoradas. O que se viu depois da adoção do voto eletrônico é a consolidação da corrupção eleitoral que congestiona os tribunais e que faz a festa de advogados, e inferniza juizes e ministros, abarrotados de causas onde as fraudes alteram os rumos das eleições e transformam em tristes palhaços os eleitores brasileiros, que votam sem saber em quem.

Depois do advento do voto eletrônico lideranças questionáveis como a de Cássio Cunha Lima chegaram ao apogeu, atingiram a consagração e ganharam status de imbatíveis mesmo contrariando todos os prognósticos antecipados pelas pesquisas eleitorais.

Em 2002, sua vitória apertadíssima sobre um adversário para lá de desconhecido, como o ex-prefeito Roberto Paulino cuja projeção eleitoral se restringia às cercanias de Guarabira foi contestada por suspeita de violação das urnas eletrônicas, suspeitas até hoje não dirimidas por impedimentos apresentados pela Justiça Eleitoral, que desconsiderou todas as evidências de fraude.

De lá para cá, Cássio tripudiou sobre as pesquisas, desmoralizou os institutos e consagrou-se como liderança apesar das enormes evidências de que seria derrotado pelo voto popular. A sua reeleição, em 2006, foi surpreendente e, mais uma vez, os prognósticos dos institutos foram desmoralizados após abertas as urnas, as famosas urnas eletrônicas cuja vulnerabilidade pode ser a causa de tanto prestígio eleitoral.

A mais recente façanha de Cássio foi a de eleger um ilustre desconhecido, repetindo o mesmo desempenho de contrariar os prognósticos dos institutos de pesquisas, que davam como certa e com confortável vantagem a vitória ao opositor.
E para tranquilidade dos fraudadores os vestígios da violação são desfeitos logo depois de consumado o crime. Eles podem dormir sossegados por não ficar rastros desse atentado a democracia e a tão festejada soberania do voto popular, incapaz de ser confirmada dentro do processo eletrônico.

A vulnerabilidade das urnas pode promover essas ascensões, pode criar lideranças cujo respaldo popular jamais será confirmado por não ter comprovação legal.

O eleitor vota, mas não sabe em quem vota, esse é o resultado prático do sistema eletrônico que permite a perpetuação política de lideranças altamente questionáveis do ponto de vista da moralidade e da ética.

Confiados nessa vulnerabilidade eletrônica é que figuras carimbadas da corrupção se atrevem enfrentar as urnas e candidatos de densidade eleitoral duvidosa se arriscam enfrentar o veredito popular.

São muitos os exemplos dessas façanhas eleitorais.No Maranhão, um belo exemplar dessa fauna predatória conseguiu se reeleger para mais um mandato apesar de todo desmando de sua gestão que incluía o atraso de dois meses no pagamento do funcionalismo público.

Roseana Sarney, exemplo acabado das oligarquias nordestinas venceu, para surpresa do eleitorado, no primeiro turno.Aqui na Paraíba, o supra-sumo da corrupção, liderado por um candidato cassado e impugnado, que sempre foi visto com reserva e até repúdio por considerável margem do eleitorado paraibano (47%), consegue ter a maior votação para o Senado e faz de um desconhecido no estado o novo governador.

Milagres das urnas eletrônicas.

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