quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Secretário do PC do B explica decadência política do Clã Cunha Lima

O secretário de formação política do Diretório Municipal do PC do B, economista e professor Geraldo Francisco da Silva Júnior, afirmou nesta quinta-feira, 3, que o grupo Cunha Lima está em franco processo de decadência política e o seu ciclo de hegenomia política em Campina Grande e na Paraíba estão com os dias contados.

“Será difícil politicamente para o clã Cunha Lima reconhecer os extertores de uma vida política hegemônica em definhamento. O clã Cunha Lima (PSDB) encontra-se, progressivamente, isolado socialmente e será difícil agregar lutadores de causa perdida, sem contar ainda na perspectiva da cassação do mandato do Governador Cássio pelo TSE. Mesmo num cenário de não cassação o quadro do paciente é de coma”, afirmou Geraldo.

Segundo ele, está sendo difícil para muitos agentes políticos reconhecerem o final de um ciclo político que é algo natural na seara política. Uma análise mais minuciosa de dados e informações mostram claramente que já em 1996 a hegemonia do clã Cunha Lima, em Campina Grande , estava seriamente comprometida.

De acordo com Geraldo, o processo de privatização da CELB, na busca de criar um circulo virtuoso na economia de Campina Grande, nada mais foi do que parte de uma grande estratégia política que, visava viabilizar uma coalização de forças para “cacifar” o então prefeito Cássio Cunha Lima a governador do Estado em 2002.

Na sua visão de analista da cena política local, Geraldo Júnior destacou também que em sua “fase de ouro”, o grupo Cunha Lima fez uso do “fanatismo religioso, construído dia-a-dia através do marketing político-eleitoral e até mesmo institucional, centrado no personalismo exacerbado ainda no início dos anos 90, quando nenhum agrupamento político em Campina Grande entendia da temática direito.”

Enquanto isso, conforme relembrou, as esquerdas, capitaneadas principalmente pelo PT, não foram capazes, de um lado, construir ao longo dos anos 80 e 90 um projeto político efetivo para a cidade e, de outro, um quadro que viabilizasse uma vitória eleitoral. A época o melhor nome, sem dúvida, era de Cozete Barbosa, porém, o "canto da sereia" apresentou-se com um timbre mais forte e o buquê de rosas escondia finos espinhos e deu no que deu.

“A então Prefeita ao assumir, já em 2002, não possuía um projeto político, ficando a mercê de uma estrutura administrativa e política que mais jogava para o erro do que para o sucesso. De todas as vítimas desse ciclo político que vai aos poucos se encerrando, a ex-Prefeita Cozete Barbosa é a maior delas, conforme interpreta o analista. E mesmo sabendo que a história é quase sempre a dos vencedores, nunca a dos vencidos, ele acredita que no futuro a cidade poderá fazer uma autocrítica em relação à ex-Prefeita”, disse.

Em relação ao momento atual, ele destacou que “o cenário que vai se apresentando na conjuntura atual para a oposição, capitaneada pelo PSDB (hoje muito mais cassista do que ronaldista) carece de um médico de situações agônicas, pela incapacidade de percepção de que o quadro político mudou, a sociedade incorporou novos valores, cobra novos gestos”.

Já o recente caso de rejeição integral da LOA (Lei de Orçamento Anual), por parte dos vereadores de oposição, na verdade tem por traz de si um comportamento que aos poucos foi se tornando a marca máxima do clã Cunha Lima: o absolutismo no estilo bonapartista, como forma de resistências contra os avanços nos campos democrático e jurídico.

“Quando afirmo em alguns trechos desse arrazoado do encerramento do ciclo político do clã Cunha Lima, deve-se ao fato de que na Economia, minha praia, os elementos que viabilizam o ciclo econômico, quer seja em Karl Marx , Keynes, Schumpeter, Mandel etc., quando transpostos para a esfera da política, praticamente são os mesmos elementos que viabilizam tal acontecimento. Logicamente, a conjuntura pode até, em algum momento, sinalizar algo diferente, porém, não como tendência e ciclo”, comentou.

E acrescenta: “Estas palavras não são, predominantemente, para contar a vida de uma pessoa ou de um grupo político, mas, sobretudo, o testemunho histórico de uma época cíclica, que muitos ainda não tiveram a mínima capacidade de enxergar ou não foram capazes de realizar um apurado mais detalhado dos eventos vividos e passados”.

Por conta disso, ele considera que “a geração atual tem o dever histórico de fazer de Campina Grande o futuro no presente para que seja possível aproveitar o novo ciclo virtuoso que a economia da região Nordeste adentra e procurar potencializar aqui nossas vantagens comparativas regionais”.

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