sábado, 23 de fevereiro de 2008

Processos da PB e o de Santa Catarina: nada a ver

É mesmo incrível como os jornalistas e jornais ligados ao Governador Cássio tentam, de forma absurda e totalmente fora de propósito, fazer uma ligação do caso da cassação do Governador de Santa Catarina, Luiz Henrique (PMDB), com o processo envolvendo o alcaide paraibano, Cássio Cunha Lima (PSDB).


Está em tudo que é portal ligado ao esquema cassista, bem como nos jornais impressos. O colunista Agnaldo Almeida, no Diário da Borborema e o Norte deste sábado, dia 23, sintetiza bem a euforia tomada pelo grupo do Governador.

Começa ironizando o clima de festa tomado pelo grupo maranhista após a decisão do vice-procurador Eleitoral, Xavier Pinheiro, que opinou pela cassação de Sua Excelência o Governador da Paraíba, acusado de distribuir mais de 30 mil cheques em período eleitoral, no ano de 2006: Disse que o presidente do TSE, Marco Aurélio, provocou uma grande reviravolta no processo que tem como réu o Governador de Santa Catarina, determinando que o Vice-governador seja ouvido, já que não houve defesa para ele no processo. Segundo o jornalista, o caso daquele Estado é igual ao da Paraíba, pasmem vocês.

Cada caso é um caso. Nada a ver o processo de Santa Catarina com o da Paraíba. E nem precisa ser jurista para chegar a essa conclusão. Qualquer pessoa que tenha um pouco de estudo e bom senso, analisando simplesmente as matérias publicadas no site do Tribunal Superior Eleitoral, também vai chegar a esse entendimento. Claro que é preciso estar antenado com os processos envolvendo o Governador e o vice da Paraíba.

Vamos aos fatos então: em Santa Catarina, a denúncia foi que o Governador teria se utilizado de mídia Governamental para promoção pessoal. Luiz Henrique estava afastado do cargo e em seu lugar comandava o Estado o seu vice, Eduardo Pinho.

O processo originado no próprio TSE, e não no TRE daquele Estado, apresenta denúncia contra o Governador, atingindo posteriormente o seu vice.

No caso da Paraíba, Cássio era Governador do Estado. Estava no poder, igualmente ao seu vice, José Lacerda. Houve denúncia ao Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba, com abertura de ampla defesa ao vice-governador, que não convenceu os juízes do Pleno e acabaram cassando-o também. Como pode ser observado, são casos totalmente distintos, o da Paraíba e o de Santa Catarina.

Cássio e José Lacerda foram condenados em um segundo processo, pela utilização do jornal a União. Ambos estavam no exercício pleno do poder. Seus advogados apresentaram defesa no Tribunal Eleitoral e mais uma vez não convenceram os juízes.

A pergunta que se faz: qual a similaridade entre os casos da Paraíba e o de Santa Catarina. Com todo respeito aos profissionais de imprensa ligados ao Governador Cássio, sinceramente, não vejo nenhuma relação entre os dois processos.

No meu entendimento, acredito que o TSE não vai ter que ouvir o Vice-governador José Lacerda, até porque, como disse anteriormente, ele teve direito a ampla defesa, mas não obteve resultados positivos no TRE da Paraíba. Vejo nesse caso, apenas uma tentativa de levar o processo mais à frente, aumentando a sobrevida do Governador Cássio no poder.

E tem mais: o fato dos advogados do Governador e de seus aliados comemorarem a decisão do TSE em ouvir o vice de Santa Catarina, deixa claro que concordam que o Governador Cássio teve culpa sim no cartório e, em último caso, estão torcendo que o vice fique à frente dos destinos da Paraíba. Ou estou enganado caros amigos? Até a próxima.

4 comentários:

Pedro Freire Filho disse...

O recurso dessa decisão ao TSE é do vice-governador José Lacerda, o que demonstra que aqui ele foi devidamente citado.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...
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Anônimo disse...
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