O grande escritor Guimarães Rosa, tem uma frase célebre na importante obra Sertão Veredas: “Eu não sei quase nada, mas desconfio de muita coisa”.
Pois bem amigos, trago esse trecho do renomado escritor mineiro para desconfiar muito do momento político que a Paraíba vive.
De repente tudo virou o caos. Um gerador, que teve um curto circuito na maternidade, foi motivo para a mídia ‘bem especializada’ fazer a farra. O equipamento foi consertado e não houve nenhum prejuízo ao hospital. Em poucos dias o ‘caos’ foi restabelecido.
Como o ‘caos’ do Isea não colou, aí surgiu um novo, digamos, caos. O foco agora é o Hospital Regional de Urgência e Emergência, administrado pelo Estado,é bem verdade, mas cujos respingos acabam atingindo o prefeito por conta da municipalização da saúde.
E tudo tinha que acontecer no período natalino. Em outra época não teria o foco pretendido.
Médicos anestesistas, que nunca tiveram contrato com o estado, nem na atual gestão ou em gestões passadas, resolveram (sic) paralisar. Só que no meio do caminho tinha uma pobre inocente, de apenas um ano de vida e que acabou morrendo pela falta de uma cirurgia.
Difícil acreditar, caros amigos, que uma vida tenha sido levada simplesmente porque os interesses pessoais valham mais que o sorriso de uma menina concebida no amor de um casal.
E a ‘farra’ ficou completa com a presença do governador eleito Ricardo Coutinho a Campina Grande para dizer o óbvio e uma obrigação do futuro gestor. Que vai pagar o mês de dezembro aos profissionais do Hospital, caso esse compromisso não seja honrado pelo Governo Maranhão.
“Eu não sei quase nada, mas desconfio de muita coisa”...
Que conversa...
O advogado José Mariz foi infeliz ao fazer comentários sobre o processo contra o prefeito Veneziano e que acabaram atingindo o Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba. Em matéria postada nos portais, disse o seguinte sobre a decisão dos juízes em inocentar o prefeito: “foi esse mesmo Tribunal que cassou o mandato do governador Cássio Cunha Lima por conta da publicação de 16 colunas e oito matérias no Jornal A União, enquanto que o prefeito Veneziano distribuiu fardamento escolar em período proibitivo quando havia duas decisões judiciais que impedia que o prefeito divulgasse a propaganda institucional do famoso trevo de quatro V's”.
O nobre advogado deve saber que cada caso é um caso. Não existe jurisprudência para casos distintos. Nada a ver o processo do prefeito e os processos de Cássio, cassado duas vezes, por distribuir mais de 35 mil cheques e por uso promocional do jornal A União, que inclusive teve a tiragem ampliada para bem maior que o jornal de maior circulação do Estado – o Correio da Paraíba, conforme está nos autos processuais.
Veneziano cassado?
Vendo a primeira página do Jornal da Paraíba, edição desta terça-feira, 14, se tem a impressão que o prefeito Veneziano tenha tido seu mandato cassado e depois conquistado junto ao Tribunal Regional Eleitoral. Analisem o título do jornal: “TRE livra Veneziano Vital do Rêgo de cassação”.
Falta sobriedade
Dá dó ler a coluna daquele ativista cultural (sic) aposentado. Antes escrevia sobre cultura, mas agora gerencia comentários sobre tudo. A ociosidade e a falta de talento são fulminantes para quem optou seguir uma vida desregrada e pautada no desrespeito a quem realmente trabalha por esta cidade. Lamentável!
Campina em buliçosa
Para alegria do prefeito Veneziano e das pessoas que gostam do trabalho, a Revista Veja desta semana trouxe mais uma excelente matéria enaltecendo a administração do “Cabeludo”. O bom momento vivido pela cidade foi enfocado pela gestão. A reportagem compara o ‘boom’ administrativo e econômico da cidade com uma outra cidade bem distante de Campina, mais precisamente no Rio Grande do Sul. Como será que reagiram alguns colegas jornalistas, acostumados ao caos, com uma matéria como essa?
Esse sim é Rei
Elogiável a iniciativa do professor José Nobre. Anonimamente, sem a interferência de políticos (nem ele quer), mantém o Museu Fonográfico Luiz Gonzaga no bairro do Cruzeiro em Campina Grande de forma brilhante.
No último dia 13, numa noite de garoa, o Museu prestou uma singela homenagem ao “Rei do Baião”, que se estivesse entre nós estaria completando 98 anos de vida. Pois bem, naquela noite fria, artistas como Amazan, Biliu de Campina, entre outros, cantaram músicas em homenagem ao homem que mais cantou e decantou o Nordeste brasileiro com suas belíssimas canções.
Campina e suas dívidas
Campina tem muitas dívidas para com nossos artistas locais e que merecem um espaço para divulgação da sua arte.
No forró, bem que poderíamos contar com um espaço destinado a reverenciar nomes como Rosil Cavalcante, Marinês, Jackson do Pandeiro, Genival Lacerda, Elba Ramalho, Biliu de Campina, João Gonçalves e tantos outros que muito representam para a história musical nordestina e brasileira.
Foi no ano de 1974, por exemplo, que aconteceu em Campina o 1º Congresso Nacional de Violeiros, idealizado a partir de três vates do repente – José Gonçalves, Ivanildo Vila Nova e Apolônio Cardoso (meu pai).
A cidade nada possui para contar a história do nosso repente. Existe uma Associação, mas que, lamentavelmente, vive atrelada a grupos políticos e não consegue caminhar com as próprias pernas.
Mas ainda é tempo. Não apenas por meu pai, mas por tantos que fazem da viola um estilo de vida bem próprio. Campina precisa pagar essa dívida aos nossos artistas. Vou lutar pela instalação do Memorial do Repente Brasileiro em Campina Grande.
Gonzaga em Campina
Quando da homenagem a Luiz Gonzaga, encontrei entre as pessoas presentes o professor e historiador José Lucas, cidadão campinense que conhece como poucos um pouco de tudo sobre a vida passada campinense, notadamente na esfera política.
Perguntei a ele se sabia de alguma passagem folclórica de Gonzagão por Campina.
Num comício, na década de 70, na campanha do então prefeito Enivaldo Ribeiro, estavam programados duas grandes estrelas, cada um na sua área, para apresentação ao público.
Nada menos que Luiz Gonzaga seria a grande atração musical da noite. Naquela mesma noite aconteceria ainda outro momento especial, o discurso do então orador e tribuno das massas Raimundo Asfora.
Naquela época, diferente dos tempos de hoje, era comum a participação de grandes oradores nos comícios. Às vezes até brilhavam mais que os cantores contratados.
Contou-me José Lucas que naquele dia houve uma polêmica danada entre Gonzaga e Asfora.
O Rei do Baião disse que só cantaria após Asfora falar e este só diria alguma coisa ao grande público depois de ouvir ‘Tropeiros da Borborema’ interpretado por Gonzaga.
Diante do impasse, conforme o historiador, Asfora terminou cedendo e só depois é que Gonzagão soltou a sanfona.